Jetzt mache ich eine kleine Pause...

Lavar a vista

Para quem gosta de um filme de época com boa fotografia e baseado em factos verídicos, Girl with a Pearl Earring é um regalo para os olhos e a mente. Além de mostrar mais um lado excelente da actriz principal de Lost in Translation, torna quase realidade as emoções vividas por quem leu o romance de Tracy Chevalier. Eu fi-lo com o patrocínio da t-shelf e só tenho a agradecer-lhe pela sugestão deliciosa de leitura.
Os quadros de Vermeer são magnificamente reproduzidos na película e a versão da obra mostra uma Scarlett Johansson quase igual à musa que inspirou o pintor flamengo.
Claro que, como no anúncio do Danoninho, "faltava-lhe um bocadinho assim" para conseguir a mestria do livro. Mas está para nascer o filme que o conseguirá...
Imperdível para amantes de boa imagem com conteúdo.

E se tivessem a bondade de me dizer porquê?

Ontem, quando acabava o meu jantar depois de um dia cheio, via o telejornal e irritei-me com uma injustiça e um pequeno nada.

Alguém me explica a razão para a Fátima Felgueiras ter saído triunfante e em liberdade? Provavelmente ainda será reeleita para a Câmara de Felgueiras...

Já agora, por que razão a dicção de Manuel Maria Carrilho me irrita profundamente? A sua forma , como a de muitos e vista como a correcta, de pronunciar os rr com a língua e não com a garganta reproduzindo algo onde os s jamais se juntam ao r, é deveras enervante. A saber: "Gosto de vir às fábricas para ver os vário ritmos da cidade de Lisboa" (o s não foi por mim esquecido, a sua falta antes dos rr é apanágio do dito filósofo-político).

Ainda me lembro quando o Herman, nos seus longínquos tempos áureos, ironizava este tipo de dicção com as "trê raparigas" ou os "muito ratos", sempre com os rr meticulosamente pronunciados com a língua. Numa acção de formação sobre colocação de voz, o formador afiançou que esta é a forma correcta de pronunciar os rr. E eu com isso...

Pronto, não sei porquê, mas provoca-me aquelas borboletas na barriga. Perdoem-me os que assim falam.
"Vário rrrritmos". Ughhh!

Recordações

O fim do Verão tem destas coisas: é o sol que já não se põe no sítio do costume, é a perspectiva de mais um ano lectivo, é o início da tomada de consciência que dias longos, só para o ano...

Enfim, é, por sistema, a altura em que se recordam bons e luminosos momentos. E quando um dia de Setembro culmina com uma série que marcou uma geração, a nostalgia aumenta e um sorriso de regresso à infância pode aparecer.



E como eu ainda me delicio a rever o Tom Sawyer...

Ao fim do dia...

Quando o sol de Setembro cumprimenta o mar, o dia acaba e uma luz magnífica convida a ficar...

As palavras

São como um cristal,as palavras.
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras,orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,cruéis, desfeitas,nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

Hoje, à falta de inspiração para as minhas, uso as palavras de quem as conhecia e trabalhava como poucos.

Grrrrrrrr

Há dias em que parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar (como assinalava a lenga-lenga do Rui Veloso). Por isso, só me apetecia ver a Lili Caneças fechada numa sala a ouvir Marylin Manson com o som no máximo, o João Pinto a tentar ler um livro de Dostoievski, a Margarida Rebelo Pinto perdida numa manifestação "pró-obesos", o Paulo Portas na Festa do Avante, um vegetariano esfomeado frente a um bife da Portugália ou um adepto do tuning obrigado a viajar durante um dia ao volante de uma Piaggio.

Não é maldade. É apenas irritação ou a maldita TPM.

Dá forte mas passa rápido.

Valha-nos a perspectiva de uma fim de semana com praia...

Convidativo...

Van Gogh, Cafe Terrace at Night

Já vos aconteceu?

Ainda a braços com todos os trabalhos e burocracias que uma mudança de residência acarreta, vejo-me a recordar com um sorriso aqueles momentos estranhos inerentes a estas situações.

Nove da manhã, ainda com o cabelo despenteado e o pequeno almoço a meio, sou interrompida pelo senhor da água que vem fazer a ligação da dita.

Primeira indecisão do dia: fico a olhar para o homem enquanto ele mexe e remexe no contador? Se calhar não, parece que o estou a controlar. Dou um passo atrás e, de repente, lembro-me: "Então, mas se fecho a porta e vou para dentro, dou aquele ar de tia a querer dizer: "Vá lá, trabalhe que é para isso que lhe pagam. E rápido!"

Solução encontrada: deixo a porta entreaberta enquanto vou acabando os meus flocos com leite e, de vez em quando, dou um ar de minha graça e abro a porta, tecendo comentários sobre o tempo ou perguntando se está muito complicado o processo de ligação da água.

Resultado, provavelmente por ter demonstrado algum "nacional porreirismo" ainda que meio tosco: o senhor pede licença para usar a casa de banho. "Sim, sim, é aqui!"- respondo. O homem entra e só de lá sai 10 minutos depois com o barulho do autoclismo a despejar seguido de outro a fechar a porta.

Eu, entre o meu ar chocado ("Olha-me este a usar a minha querida casa de banho...") e o meu ar aliviado ,por ver finalmente o homem a abandonar a minha casa com a água ligada e um sorriso bem mais radiante (provavelmente de alívio), despeço-me com um rápido: "Ok, bom dia!" e fecho a porta antes que o desgraçado se lembre de ir atrás do cheiro de café que entretanto comecei a fazer.

Moral da história (com duas opções):
Opção A- As decisões tomadas de manhã com a barriga ainda meio vazia não são as melhores. É deixar cada um fazer o seu trabalho que é para isso que lhes pagam.
Opção B- Como diz a minha mãe, há que pôr o coração ao largo. Afinal as casas de banho são para se usar...

Ah, mas ainda esta semana, quando vinha do supermercado, reparei que o mesmo funcionário do SMAS ligava a água de outro apartamento e, imagine-se, eis que o meu vizinho parecia agir como eu, a avaliar pela conversa que mantinha com o funcionário sobre a importância de água na cozinha, intercalada com uma retirada estratégica para dentro, deixando a porta..entreaberta.

Será que a história teve o mesmo final?

Conversas sobre o tempo

O tempo meteorológico tem destas coisa. E, meus amigos, à falta de assunto consistente, nada melhor que falar do dito.

Nesta última semana antes de reiniciar a labuta diária, eis que vejo cair por terra os planos simples de algumas escapadinhas à praia, no meio de caixotes e livros a arrumar. Mas parece existir em mim um laivo de altruísmo, ou não estaria eu aqui, frente ao computador, a escrever algo não deprimente, não obstante a chuva e o céu cinzento que vejo da janela.

Ao menos que a parca água que tem caído do céu sirva para apaziguar o tormento dos incêndios, aumentar os caudais dos rios ou fazer muita gente afectada pela seca sorrir.

Mas, acima de tudo, perdoem-me os racionais, que sirva para cair o suficiente para nos oferecer um fim de semana com sol e calor num início de despedida da estação mais fantástica do ano.

Tenho dito!

Ah, mas se as nuvens resolverem fazer das suas vou mesmo à Feira Vegetariana. E já sei quem convido para vir também...

Instantes etílicos

Sábado à noite.
Jantar de amigos.
Poncha maravilhosa e agora a sardinha à espera.
Portugal já ganha por 3-0.

As ideias começam a baralhar-se.

Ai, o verão que está a chegar ao fim!!!!
E venha mais uma poncha.