Thursday, February 24, 2005

Ai, o oportunismo...

Heute morgen, als ich noch wohlig im Bett lag
riss mich ein grober Klingler aus dem Schlaf.
Wütend und barfuss lief ich zur Tür und öffnete
meinem Sohn, der
da Sonntag war
sehr früh nach Milch gegangen war.

Die Zufrühgekommenen sind nicht gern gesehen.
Aber ihre Milch trinkt man dann.

Wolf Biermann, Frühzeit


Porque nos incomodam os que nos acordam cedo, mas bebemos o leite que nos trazem...

Wednesday, February 23, 2005

À espera...

O nosso país, em particular o Alentejo, anseia pela chuva que teima em não chegar.
A água com que fomos brindados ontem equivaleu a quase nada, foi uma espécie de chuvinha pasmada, um “chuvilho”, como lhe chama Mia Couto na sua recente obra de ficção.
Em A Chuva Pasmada, o escritor moçambicano narra o sofrimento e angústia de um povo perante a indecisão da chuva: “...,o chuvilho se manteve como um cacimbo sonolento e espesso. As gotas não se despenhavam,(...)Que houvesse um desfecho para aquele chuvilho.”(pp. 6-7)
Não é só a água enquanto elemento físico que nos faz falta. Precisamos essencialmente daquilo que o bem mais precioso metaforiza. Precisamos de renovação, de transparência e de saciedade.
Agora que novos ventos parecem ter começado a soprar, falta-nos algo que limpe e renove a nação, algo que nos sacie, para acabar de vez com o “chuvilho”.
Estará uma mancha rosa à altura de despertar a chuva?
We’ll be waiting…

Entretanto, parece que já choveu alguma coisa nas nossas contas... (sentimento do dia 23)

Saturday, February 19, 2005

Dina e Miami Vice

Pois é, a campanha eleitoral chegou ao fim. A partir da meia-noite passada recomeçou-se a falar do "resto das notícias".
Oh, que pena, não vermos mais as efusões populares em que as senhoras quase se atropelam para um beijinho a José Sócrates. Não é todos os dias que se tem um líder político com ares à George Clooney...
Oh,que pena não vermos mais os discursos de tom hitleriano do nosso Paulo Portas...
Oh, ainda que pena perdermos as intervenções do Santana Lopes ou as camisas fantasticamente mal escolhidas do Louçã!
Mas sabem do que vou ter mesmo saudades? É de ouvir a voz da Dina :) no tempo de antena da Nova Democracia (afinal ela ainda canta) e, last but not least , do genérico do Partido Humanista, em que me vi de novo uma criança a admirar Don Johnson na mítica série Miami Vice.
Essa é que é essa...

E no domingo, todos às urnas!

Thursday, February 17, 2005

Tudo de novo?

As inscrições para o concurso nacional de professores já começaram e, quando tudo parecia apontar para uma melhor organização, eis que começam a surgir os primeiros problemas.
Pergunto-me:
-Serão os candidatos que não sabem digitar os números dos próprios bilhetes de identidade?
-Haverá aqui alguma perfídia com o intuito de alguns candidatos bloquearem a candidatura de outros candidatos? (claramente, uma teoria da conspiração)
-Ou será que afinal ainda não é desta que os programas informáticos funcionam, ou que o sistema funciona, ou que o que quer que seja funciona?

Uff, que canseira!!

Tuesday, February 15, 2005

Bons momentos são...





...chegar a casa depois de um "dia de cão" e viajar ao som de Jack Johnson: um verdadeiro bálsamo vindo directamente do Hawai.
Será do mar? Será do sol?
Genialmente simples, "On and on" transmite a beleza e a "peace of mind" que reconforta os mais cépticos.
Apetece viver estes momentos on and on and on and on...

E que venha o 21 de Maio no Coliseu!

Sunday, February 13, 2005

Happy Valentine's Day!




William Gedney Photographs.Europe, 1974-1982
Ireland, Two teenage boy and girl sitting on a bench flirting with one another, 1974

Friday, February 11, 2005

Intemporalidades

"The first duty in life is to be as artificial as possible. What the second duty is no one has yet discovered"

Oscar Wilde, "Phrases and Philosophies for the Use of the Young"

Editado no final do ano de 1894, o conjunto de reflexões de Oscar Wilde, no qual se integra a citação acima referida, vem corroborar a visão acutilante e intemporal do polémico escritor do fin de siècle. Afinal, também ele celebrava este tipo de atitude, ao mesmo tempo que a criticava. A sua excentricidade e pose de dandy valeram-lhe epítetos como "the Irish peacock" (pavão irlandês) e a forma como valorizava o parecer em detrimento do ser foi sempre sobejamente conhecida e jamais provocava a indiferença.
Atente-se,pois, na situação actual do país, na campanha eleitoral e nos candidatos à chefia do governo... Estará a artificialidade longe de tudo isto?
E se Wilde vivesse hoje? Teria alterado uma linha às sua reflexões?

Wednesday, February 09, 2005

Estado de espírito




Eadweard Muybridge
Untitled (Lighthouse), 1868

Porque todos procuramos uma luz...