À espera...
O nosso país, em particular o Alentejo, anseia pela chuva que teima em não chegar.
A água com que fomos brindados ontem equivaleu a quase nada, foi uma espécie de chuvinha pasmada, um “chuvilho”, como lhe chama Mia Couto na sua recente obra de ficção.
Em A Chuva Pasmada, o escritor moçambicano narra o sofrimento e angústia de um povo perante a indecisão da chuva: “...,o chuvilho se manteve como um cacimbo sonolento e espesso. As gotas não se despenhavam,(...)Que houvesse um desfecho para aquele chuvilho.”(pp. 6-7)
Não é só a água enquanto elemento físico que nos faz falta. Precisamos essencialmente daquilo que o bem mais precioso metaforiza. Precisamos de renovação, de transparência e de saciedade.
Agora que novos ventos parecem ter começado a soprar, falta-nos algo que limpe e renove a nação, algo que nos sacie, para acabar de vez com o “chuvilho”.
Estará uma mancha rosa à altura de despertar a chuva?
We’ll be waiting…
Entretanto, parece que já choveu alguma coisa nas nossas contas... (sentimento do dia 23)
2 Comments:
Em vez de a comunicação social estar com parvoíces de mostrar pessoas a pedir chuva às santas ou lá o que valha... devia era educar a população a salvaguardar a água ilustrando com exemplos práticos de como poupá-la. Exemplos como fechar bem a torneira, como não abusar de banhos de imersão,entre outros. Gestos tão simples que protegem e poupam o bem mais precioso que só dão a devida importância quando ele está em falta...
É verdade, e acredita que não é só de água que precisamos...
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