Curiosa esta a noção de prime time para o canal público português. Esperava eu ontem ansiosamente pelo compacto da série Lost, seguido do primeiro episódio da segunda temporada anunciado com pompa e circunstância para o dito prime time, quando me deparo com o infindável, intragável e mais coisas negativas terminadas em -ável do concurso "A Herança". Depois da estucha pensei, é agora. Mas não. Qual herói nacional, sem desprimor para o rapaz que até joga bem e parece ser simpático, tomem lá uma biografia completa e comentada do Pauleta. Pronto, já sabemos que ultrapassou o record de golos marcados pela selecção e que, se calhar, fez a estátua do Eusébio temer pelo esquecimento futuro, mas daí até ter honras de prime time... Resultado, já passava das 23 horas quando se iniciou o compacto de Lost e, como a RTP não pensa naqueles que, ou se têm de levantar cedo no dia seguinte, ou têm umas hormonas que, a partir dessa hora, entram em stand by, criou um novo conceito de prime time.
Mas pronto, nós até somos latinos e tudo, gostamos de nos deitar tarde, não somos como os ingleses ou os alemães que às 22 horas já partem para o segundo sono. Eu, se calhar, durante mais uns 5 meses vou ter uma costela de "bifa", pronto.
No entanto, digo-vos que entrei em sintonia com o argumento da série: passado pouco tempo do avião se despenhar também eu fiquei perdida, mas de sono e deitada no meu sofá quentinho. Quando acordei já estava tudo perdido!