Sing me something new!

Esta foi a semana em que se descobriu (que surpresa!!!) que afinal o défice era bem mais gordinho do que parecia e que o primeiro ministro mostrou estar perfeitamente enquadrado no sistema do "passa ao outro e não ao mesmo", porque, como já o outro dizia que o país estava de tanga devido aos governantes anteriores, também este aponta agora o dedo aos antecessores. A receita é prometer muito, fazer-se espantado com os resultados e atacar vigorosamente os bolsos da malta, porque a culpa foi sempre do outro... Daqui a uns quatro anitos há alguém que perde eleições e então já devemos passar a ter outro representante num alto cargo europeu (um presidente da comissão e um comissário dos refugiados já temos, if you know what I mean...)
O que ainda dá vontade de ver como acaba é o caso do misterioso homem do piano. Mas quem é o raio do homem? Um verdadeiro artista amnésico? Um impostor? Alguém que descobriu mais uma pólvora para a fama? Esperemos pelo final da história...

Apeteceu-me

Würd Es Mir Fehlen,Würd Ich`s Vermissen?

Heute früh, nach gut durchschlafener Nacht,
Bin ich wieder aufgewacht.
Ich setzte mich an den Frühstückstisch,
Der Kaffee war warm, die Semmel war frisch,
Ich habe die Morgenzeitung gelesen
Es sind wieder Avancements gewesen.

Ich trat ans Fenster, ich sah hinunter,
Es trabte wieder, es klingelte munter,
Eine Schürze beim Schlächter hing über dem Stuhle,
Kleine Mädchen gingen nach der Schule-
Alles war freundlich, alles war nett,
Aber wenn ich weiter geschlafen hätt´
Und tät´von alledem nichts wissen,
Würd´es mir fehlen, würd´ich´s vermissen ?

Theodor Fontane

[Claro que faz falta, as banalidades do dia a dia, quando bonitas, fazem sempre falta. É preciso é ficar acordado...]

Êxtase e boa onda

A noite de sábado foi provavelmente palco do melhor concerto a que já assisti. Para quem me visita com alguma regularidade, terá com certeza reparado na ansiedade com que esperava o dia em que ouviria e veria Jack Johnson no Coliseu. O curioso é que não era só eu. A sala mítica de espectáculos no coração de Lisboa viveu uma noite hiper ultra cool patrocinada pela interpretação fantástica deste surfista hawaiano.
Oconcerto, esgotado desde Fevereiro, prometia ser vivo e alegre com um público jovem que começava a vibrar já na primeira parte com Donavon Frankenreiter, ao entoar em uníssono o refrão: "If it don't matter to you it don't matter to me..."
Pouco passava das 10 quando entrou em palco e com um sorriso de orelha a orelha o rei da noite. Jack Johnson começou com o fantástico "Never Know" do último album e, desde aí, foi um não parar de cantar em conjunto connosco, um público que não parou de abanar a anca e que acompanhou fielmente as letras e melodias lindas que iluminaram a noite. Mais que uma vez o público começava a cantar antes do próprio Jack que, num respeito fantástico, continuava a música numa simbiose perfeita.
Não admira que tenha dito com um sorriso franco:"I don't believe it took us ages to come here...You may be sure. We´ll see us around again!"
O uquelele também teve protagonismo quando Donavon voltou ao palco para, com o seu buddy Jack, cantar "Freeeeeee" .
Todos se renderam a todos:o público a um Jack mais cool que nunca e o Jack e a banda ao público que foi também o cantor da noite.
No final, ficou aquela sensação de bem-estar e felicidade de quem vive momentos assim.
A partir de agora, quando ouvir Jack Johnson, além da emoção causada pelas músicas, vou sentir aquele arrepio de ter estado num concerto lindo com o lindinho da minha vida a sentir um som liiiindo.
[Este post é dedicado a ti também t-shelf. Sei que gostavas de ter lá estado. Acredita que ias querer fazer mais vezes 32 anitos só para viveres momentos assim. Parabéns de novo amiga!]

Questões de uma manhã de sábado

Às Vezes

Às vezes tenho ideias felizes,
Ideias subitamente felizes, em ideias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...

Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...

Álvaro de Campos

Parabéns Gui!

O Gui ainda não sabe ler, mas mesmo assim assinalo aqui os cinco anitos deste piolho eléctrico que desde o ano 2000 passou a ser o meu único sobrinho e segundo afilhado.
Isto é que é responsabilidade! E já lá canta uma mão cheia de vida.

Looking forward to...

Já só falta um dia...
Pois é, depois de mais de três meses da aquisição dos bilhetes para o concerto de Jack Johnson, eis-me na véspera do dia 21 de Maio. Como refere o Blitz, este surfista hawaiano que vê "...a música como um hobby, mesmo que ela já se tenha tornado maior que ele..." faz mesmo "Música que sabe bem."
E não é para isto que se vive? Fazer o que nos sabe bem?
E vem mesmo a calhar, depois de uma semana de leoa ferida...

Pressões e ossos do ofício

Ai se os dias tivessem mais de 24 horas...

Para despertar as idiossincrasias

Como uma gota de chuva no meio de um dilúvio
Como a lua numa Big Apple de edifícios iluminados
Como um segredo na capela dos sussurros
Como um banho tépido na transparência do Índico
Como uma borboleta numa passerelle de futilidades
Como uma nota generosa na carteira de um sultão
Como um poema numa exposição soberba
Assim trabalhamos, vivemos, sentimos
Numa globalização que nos contempla e nos apaga...

A quem interessar...

Olfacto varia com género e orientação sexual

Cérebros dos homens homossexuais respondem como os das mulheres heterossexuais

Os cérebros dos homens homossexuais respondem como os das mulheres heterossexuais quando reagem a um químico derivado da hormona sexual masculina, numa nova indicação de diferenças biológicas relacionadas com a orientação sexual.(...)

Curioso, lembram-se daquele encadeamento de ideias em forma de anedota que começava por perguntar:"Tens um aquário?"... "Ah, não? Então és homossexual..."? Pois agora parece haver uma nova versão. Um perfeito grupo de nerds, à falta de coisas mais importantes para fazer, chegou à brilhante conclusão acima transcrita.
Para a próxima, quando quisermos tirar a limpo se estamos na presença de um homem "gay or straight" só temos de indagar acerca dos alvos preferidos do seu olfacto.
É caso para dizer: Diz-me como cheiras, dir-te-ei quem és...

À espera...

É já no dia 21... Até lá, o Jack Johnson vai-me oferecendo umas "Banana Pancakes", um "Never Know" ou um "Times Like These" para abrir o apetite para o Coliseu.

Ah, leão!

Uff, custou mas foi.
Viva o Sporting!!!

Ápice

O raio do sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente - Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente...

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
- E não poder adivinhar
Porque mistério se me evoca
Esta ideia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!...

- Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projecção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...

Mário de Sá Carneiro
Paris, Agosto de 1915

Há dias em que Mário de Sá Carneiro traduz por palavras o que nos vai mesmo na alma.
(Estas linhas poderiam também funcionar como um bom cartão de visita para colocar na porta do bar administrado pelo inimitável "empresário do lusco-fusco" dos gatos fedorentos...Why not?)

Últimos caixotes (está quase)

Nesta era da informação e de tecnologias avançadas há determinados objectos que fazem mesmo parte do dia a dia e que, por isso, são mesmo os últimos a ser encaixotados cá em casa. A saber:
.O computador portátil para trabalho e "conhaque", pois claro.
.A TV porque é mesmo um mal necessário. Pode ser cada vez pior, mas ainda dá muito jeitinho.
.As séries 1, 2 e 3 do "Seinfeld" pois é sempre bom dar umas gargalhadas antes de ir dormir (esta série genial está para ser vista apenas à noite como o leitinho deve ser tomado de manhã) A propósito de DVDs, parece que é mesmo verdade que o DVD do mítico Verão Azul vem mesmo para Portugal. Mas valerá a pena? O Chanquete e o Pancho tinham piada há duas décadas atrás, mas agora é como rever a Galáctica na Sic Radical: não tem piadinha nenhuma. Deixem-nos lá ficar com as boas memórias, nisso concordo com os frangos para fora...
.Os CDs porque cá em casa, se não houvesse música, haveria certamente um dos habitantes a entrar em parafuso.(Guess who)
.O iPod, a mais recente aquisição tecnológica cá de casa, um must na Big Apple, mas ainda um fruto em fase de conhecimento por terras lusas. Aquele rectângulo colorido (sim, o nosso é num fantástico verde pistachio)é de facto irresistível. E acreditem que não é só pela aparência...As 1200 músicas que pode armazenar podem ser ouvidas pelos head phones, no rádio do carro, no rádio despertador. Enfim, resmunguei quando aquele que me atura me apareceu em casa com tal geringonça.Mas que é fantástico, lá isso é(passo a publicidade, claro.
Enfim, que seria de nós no início do século XX sem estes gadgets todos?
Abençoada tecnologia...Só faltava um robot para trabalhar e empacotar coisas enquanto eu ouvia o iPod, lia os últimos mails, dava uma espreitadela no "Seinfeld" e... ia descansar, porque isto de lidar com o mundo electrónico tem que se lhe diga...

Parabéns mãe!

Por seres linda,
por seres minha,
por seres compreensiva,
por seres amiga,
por seres tolerante,
por seres bem-disposta,
por seres afável,
por seres amorosa,
por seres boa sogra,
por seres sonhadora,
por seres insubstituível,
por me teres gerado.

Parabéns mãe por mais um aniversário.

Fuga reconfortante

Um passeio até Évora só pode fazer bem. É aquela placidez das planícies alentejanas, ainda que vislumbradas muito pela rama, já que a auto-estrada não permite grandes observações. É a fantástica gastronomia proporcionada pela inigualável taberna típica "Quarta-feira" com a simpatia do Sr. José Dias, as migas de couve-flor, o queijo amanteigado aromatizado com oregãos, os doces regionais... Ai, com o verão tão perto não convém abusar deste tipo de repasto, ainda que seguido por um longo passeio à volta da maior cidade alentejana, admirando a magnífica praça do Giraldo banhada por um sol já tórrido.
Não sou alentejana, nem tenho quaisquer raízes familiares ligadas a esta província portuguesa, mas, confesso, cada vez que lá vou sinto uma enorme vontade de lá voltar e ouvir aquele sotaque cantado e tão característico. Afinal, numa horinha já lá estamos...
No meio de tanto empacotamento para a mudança de casa e de um stress laboral constante, há que pincelar o pouco tempo livre com estes momentos, principalmente se forem passados na companhia de quem mais gostamos, nicht wahr?
Enfim, estou ainda em fase de euforia "day after" e contente por ter visto o sorriso lindo da minha mãe quando hoje lhe dei um beijo especial. Mas amanhã é que a minha progenitora terá o grande destaque neste canto blogosférico. Porque será?

[Escrever um post ao som de Strokes (é sempre bom relembrar um som destes) é... como posso dizer?... desgastante. O ritmo destes senhores pode ser o responsável por qualquer gralha nestas palavras, por isso, desculpem qualquer coisinha...]