Sunday, September 11, 2005

Já vos aconteceu?

Ainda a braços com todos os trabalhos e burocracias que uma mudança de residência acarreta, vejo-me a recordar com um sorriso aqueles momentos estranhos inerentes a estas situações.
Nove da manhã, ainda com o cabelo despenteado e o pequeno almoço a meio, sou interrompida pelo senhor da água que vem fazer a ligação da dita.
Primeira indecisão do dia: fico a olhar para o homem enquanto ele mexe e remexe no contador? Se calhar não, parece que o estou a controlar. Dou um passo atrás e, de repente, lembro-me: "Então, mas se fecho a porta e vou para dentro, dou aquele ar de tia a querer dizer: "Vá lá, trabalhe que é para isso que lhe pagam. E rápido!"
Solução encontrada: deixo a porta entreaberta enquanto vou acabando os meus flocos com leite e, de vez em quando, dou um ar de minha graça e abro a porta, tecendo comentários sobre o tempo ou perguntando se está muito complicado o processo de ligação da água.
Resultado, provavelmente por ter demonstrado algum "nacional porreirismo" ainda que meio tosco: o senhor pede licença para usar a casa de banho. "Sim, sim, é aqui!"- respondo. O homem entra e só de lá sai 10 minutos depois com o barulho do autoclismo a despejar seguido de outro a fechar a porta.
Eu, entre o meu ar chocado ("Olha-me este a usar a minha querida casa de banho...") e o meu ar aliviado ,por ver finalmente o homem a abandonar a minha casa com a água ligada e um sorriso bem mais radiante (provavelmente de alívio), despeço-me com um rápido: "Ok, bom dia!" e fecho a porta antes que o desgraçado se lembre de ir atrás do cheiro de café que entretanto comecei a fazer.


Moral da história (com duas opções):
Opção A- As decisões tomadas de manhã com a barriga ainda meio vazia não são as melhores. É deixar cada um fazer o seu trabalho que é para isso que lhes pagam.
Opção B- Como diz a minha mãe, há que pôr o coração ao largo. Afinal as casas de banho são para se usar...

Ah, mas ainda esta semana, quando vinha do supermercado, reparei que o mesmo funcionário do SMAS ligava a água de outro apartamento e, imagine-se, eis que o meu vizinho parecia agir como eu, a avaliar pela conversa que mantinha com o funcionário sobre a importância de água na cozinha, intercalada com uma retirada estratégica para dentro, deixando a porta..entreaberta.

Será que a história teve o mesmo final?

5 Comments:

At September 11, 2005, Anonymous Anonymous said...

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At September 12, 2005, Blogger t-shelf said...

The nerve! Pedir para ir à casa de banho parece-me excesso de confiança mesmo mas também não ias dizer que não, claro. Afinal o funcionário estava apenas a certificar-se do resultado positivo do seu trabalho ;) beijinhos

 
At September 12, 2005, Blogger nós said...

Pois é, dor de barriga não tem hora... mesmo quando estamos no nosso horário laboral!

 
At September 12, 2005, Blogger nós said...

Esqueci-me de assinar o comentário anterior: sou eu, a Pantera Cor-de-Rosa! Beijinhos

 
At September 13, 2005, Blogger nós said...

A expressão é linda: "Coração ao largo"! De facto, é tudo o que se pode fazer; afinal o "serviço" já estava feito.

Cotovia

 

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