Itinerâncias para vencer o cinzentismo

Lia o "Expresso" quando tropecei numa reportagem, escrita por Alexandra Carita, que me deleitou e chegou mesmo a comover pela força que imprimiu às palavras escritas. A"Biblioteca Itinerante" fez-me imaginar a alegria de quem vive em locais esquecidos por uma sociedade dita avançada e cosmopolita, ao deparar-se com uma carrinha que, periodicamente, transporta consigo todo um mundo de sonhos em forma de livros. A Ti Perpétua e a Ti Idalina, frequentadoras assíduas da biblioteca móvel em Castro Verde, vêem nesta carrinha da fundação Calouste Gulbenkian uma forma de lerem aquilo que não conseguiram adquirir por questões financeiras e geográficas. Uma das responsáveis pelo projecto, que tem revelado bons resultados, refere mesmo que, na generalidade, as pessoas gostam de ler, precisam é de ser estimuladas (de resto, como tudo na vida).

Ora aqui está, para variar nos tempos que correm, uma reportagem que não "mastiga" o estado deplorável da nação, mas que opta por mostrar o que de bom se faz em terras lusas, no sentido de inverter situações negativas. É que o género de concurso de desgraças parodiado no sketch das velhas do Gato Fedorento tem de desaparecer. Para cinzento já nos bastam estes primeiros dias de primavera.

O melhor será aproveitar os vários estímulos que a vida oferece e entrar numa de "boa onda". Chega de fatalismos e pessimismos absurdos. A Ti Perpétua e a Ti Idalina que o digam...