Vamos imaginar alguém que tem o privilégio de auferir um ordenado em média 500 vezes superior ao salário mínimo nacional.
Continuemos a imaginar que essa pessoa dá o seu melhor, como tantos outros que recebem bem menos, e que, imagine-se, se enerva e chega até a ser indelicado, quebrando todas as regras.
Comentário que nunca contenho: "Enervado? Passado com a pressão? Enervado está aquele que ganha miseravelmente!"
Continuemos a imaginar que esse alguém faz mesmo muito boa figura num campeonato do mundo para gáudio de um povo habitualmente conformado com a sua relativa pequenez.
E, para finalizar, imaginemos que alguém que representa esse alguém se julga no direito de, em tempos de contenção (e que não fossem!), requerer mais um (só mais um!) privilégio: isenção de uma taxa tenebrosa começada por I, terminada em S e com um R no meio, que todos os meses me suga grande parte do ordenado.
E agora sim, a questão:
Mas quem é que esta gente pensa que é?
Jogaram bem? Óptimo! É para isso que lhes pagam.
Foram o nosso orgulho? Obrigado em nome do país e venham de lá mais vitórias!
Agora, mais uma vez, com quem é que este alguém (entenda-se Selecção Nacional de Futebol) poderá estar a gozar?
Não há patriotismo que aguente, acreditem!