Saturday, October 29, 2005

Time out

Verão sem caracóis ou Outono sem castanhas não é normal.
Não, não me refiro ao lendário Restaurador Olex, mas à Festa da Castanha na bela vila de Marvão.
Com um dia chuvoso assim, mal posso esperar por umas castanhas assadas, especialmente se forem deglutidas na vila mágica do Norte Alentejano.
Imperdível!

Wednesday, October 26, 2005

10/26

Há dias assim. Dias que passam da banalidade para a doce recordação.
Há precisamente três meses assinava a escritura da minha nova casa e nascia o meu mais recente "sobrinho".
Há um ano escrevia o meu primeiro post. É verdade, um ano de incursões pela blogosfera.
Essa é que é essa...

Sunday, October 23, 2005

De mim para mim

O lema deste século XXI parece mesmo resumir-se a uma vontade de regresso às origens e uma maior valorização dos afectos: já sem falar nos revivalismos de toda a espécie, são os detergentes com aroma a sabão azul e branco que pululam por todas as prateleiras do supermercado, o anúncio do ancião na sua mercearia que afiança à boa dona de casa que sim, aquela pera que dá sabor ao iogurte é mesmo nacional ou o novo slogan da Vodafone "Gostamos da vida como ela é", a apelar às coisas mais simples da vida.
Sinal de uma civilização em decadência? Talvez. Saturação de um mundo artificial e materialista? Possivelmente. Vontade de paz e sossego como contraponto ao bulício do dia a dia? Com certeza.
Por mim, o regresso às origens pode começar pelas coisas simples da vida como ter alguém que me descasque as maçãs à mesa (um privilégio que continuou, mesmo após a mudança no estado civil, só se alteraram as mãos) ou o poder rever algumas séries e desenhos animados que marcaram a infância. Mas, lá está o meu eclectismo a funcionar, sem dispensar o pulsar de uma cidade ou os benefícios de uma sociedade de informação. É que o amor e uma cabana é muito bonito, desde que a dita cabanita seja de cimento, arquitectura moderna, virada para o mar e a 10 minutos da civilização mais próxima.
E por que razão escrevo estas linhas? Olhem, porque me apetece. Porque é domingo à tarde, amanhã é segunda e para a semana muda a hora. Estes três factores têm em mim um efeito introspectivo. É assim...

Wednesday, October 19, 2005

Congeminações de final de dia


Se tudo fosse tão fácil como o sorriso da Abelha Maia...
Que saudades do tempo em que a preocupação máxima era o horário dos desenhos animados ou se o lanche seria pão com manteiga ou tulicreme.

Sentimento resultante do cansaço de tantas burocracias e de um constante olhar de interrogação para o PCT, como está aqui hoje tão bem ilustrado...

Tuesday, October 18, 2005

Ida e volta

A labuta diária tem que se lhe diga e um auto-rádio pode mesmo operar maravilhas.

Para os 40 kilómetros diários de ida para o Montijo, o novo CD dos escoceses Franz Ferdinand. Preciso de algo vitamínico e agitado q.b.




Para os 40 km de regresso ao sossego do lar, nada como o revigorante havaiano, do qual não me canso mesmo...







E assim vão as terapias musicais do momento.

Friday, October 14, 2005

Sugestão de leitura...

Para quem leu pelo menos um livro da senhora anoréctica petulante, convencida e inacreditavelmente best-seller e se irritou com a fama por ela alcançada, eis que surge o momento da vingança. Este senhor leu pacientemente toda a sua "obra", sofreu e chegou a algumas conclusões que a própria, se já tomou conhecimento, deve andar a tentar digerir.
Para ler até ao fim e deleitar-se com os pormenores.

Monday, October 10, 2005

Conversa privada ou a dança da chuva

Pois seja muito bem vinda "sôdona" Chuva. Andava aí com ameaças, depois um "chuvilho" mas parece que veio em força durante a noite. Não me parece mal: de dia uns chuviscos intercalados com sol, à noite as verdadeiras descargas das nuvens. Só é pena o cinzento que fará parte da atmosfera. É que, já viu, quando chove muito nós, portugueses, andamos todos mais tristonhos, começamos a encher os centros comerciais ao domingo e a não poder comprar tudo o que vemos nas montras irresistíveis... Mas, sabe, o pior é o coitado daquele senhor de Marco de Canavezes. Já viu "sôdona" Chuva? Então o homem até pagou passeios de helicóptero aos munícipes e agora fazem-lhe isto? Ainda por cima a ver os homólogos de Felgueiras e Gondomar a exultar com as vitórias retumbantes. Não há direito! Eles são todos tão sérios que mereciam o mesmo fim... E vamos lá a ver se não vão todos para ao mesmo sítio (mas isso agora são outros quinhentos).
Pronto, agora que lhe fiz algumas confidências, veja lá se não se vai embora. Mas deixe lá a tempestade tropical. Isso já não queremos. Vá caindo docemente para lavar o país e as alminhas que dele fazem parte. E olhe que bem precisamos!

Thursday, October 06, 2005

Ainda sobre a "kleine Pause"


Existe uma nostalgia dos tempos de criança sempre que vejo um carrossel. Nunca achei grande piada àqueles muito parados, mas confesso que me lembro de contos de fadas quando os vejo com o tecto cheio de rococós e os cavalinhos muito pomposos a fazer lembrar outros tempos.
Pois na minha passagem pela Oktoberfest também vi carrosséis assim, de design oitocentista. O que eu nunca tinha visto foi um carrossel com esse mesmo design mas, em vez dos românticos cavalinhos, suportava um balcão redondo ao centro rodeado por bancos e pequenas mesas repletas de... gente a "emborcar" litros de cerveja.
A imagem não é totalmente nítida devido à luz deficiente e às próprias limitações da minha máquina fotográfica, mas um olhar atento desvenda com certeza alguns senhores da Baviera patrocinados por umas Paulaner ou Augustiner em substituição do míticos cavalinhos.
Imaginem toda esta cena com o carrosel a andar à roda (sim, estava a funcionar). Ri até às lágrimas com estes pormenores "românticos".

Passando de protagonistas do sexo masculino para o sexo feminino, não posso deixar de partilhar outra curiosidade que descobri em dois países da Velha Europa. Em parques de estacionamento na Alemanha e na Áustria existem secções classificadas como "Frauenpark" ("Parque para mulheres", para quem não entende a língua germânica).
Outro ataque de riso pois, confesso, a primeira justificação que vem à mente tem contornos claramente sexistas, aumentados pelo meu body boarder favorito que chegou a afiançar que cada lugar de estacionamento era mais largo que os lugares comuns. Essa já não engoli mas, de facto, será pela suposta azelhice? Não posso acreditar. Será porque se pressupõe que as mulheres andam constantemente com os filhos atrás enquanto o homem labuta? Também tem contornos sexistas. Será para salvaguardar os estacionamento para grávidas? Não faz muito sentido. Existem símbolos próprios para esses casos.
Enfim, aceitam-se sugestões de explicação para o facto insólito.

E afinal viajar é isto mesmo: sonhar, crescer e aprender. A verdade é que não mais entenderei os carrosséis e os parques de estacionamento como banalidades do quotidiano. Essa é que é essa.

Tuesday, October 04, 2005

Glup, glup e contos de fadas...




As estradas da Baviera revelam um cenário idílico de um verde constante (que não deixa de o ser, a avaliar pela chuva que cai durante todo o ano), pontuado por casinhas típicas e por castelos a evocar contos de fadas, como é o caso do fantástico Neuschwanstein Schloss.

Valeu a pena rever a bela cidade de Munique repleta de vida e gente de vários locais do mundo numa clara desmistificação do esteriótipo que dita a frieza dos alemães.

A Oktoberfest não desiludiu, revelando-se a confusão esperada (seguramente mais de um milhão de visitantes no Theresienwiese que tornaram utópico um jantar numa das mais famosas Bräuareien) mas também a alegria constante e diálogo com o passado, como o demonstraram os muitos visitantes da feira (novos e velhos) ao usar orgulhosamente o vestuário típico da Baviera: elas de saia rodada e espartilhos, a lembrar a saudosa série da Heidi; eles de bermuda com suspensórios, meia até ao joelho com um pom-pom e o mítico chapéu com penacho, a lembrar uma cambada de patetas, mas com muita graça e significado cultural.

Escusado será dizer que cerveja foi a bebida que mais rolou. Na verdade, nada como um bom copo ou mesmo dois (as canecas de 1 litro intimidam-me, por isso fiquei-me pelos 50 cl) a acompanhar umas Bratwurst com Kartoffelsalat e Sauerkraut para entrar no espírito, juntamente com chapéus à "pateta" e o célebre Lebkuchen com dedicatória à altura, sem esquecer os momentos em que todos (ou quase todos) ecoavam de caneca em punho os vários hinos da festa.
Se a este banquete para os sentidos se juntar um saltinho à fabulosa cidade de Salzburg e se sentir um misto de cheirinho a música de outros tempos (todavia intemporal) com um travo a Inverno (sob uns implacáveis 9 graus) e a Natal (foi impossível resistir à mítica loja de enfeites natalícios) consegue-se uma kleine und phantastische Pause que evoca o diálogo entre a Velha Europa romântica e os contos de fadas, em jeito de abertura de apetite para mais Bier e o filme sobre os Irmãos Grimm.
Prost!